Uma das comparações mais estranhas que eu já vi!rsrsrsrsrsrs
A vida nos dá indicações sob várias formas de que a morte não deveria nos assustar, pelo contrário, que é agradável. O sono nos é dado como um protótipo da morte, e lutamos por ele todas as noites, que nos dá o maior esquecimento da vida. Não tememos o esquecimento; nós o desejamos porque nos dá paz.
O sexo também nos sugere como será agradável a morte, mas não prestamos atenção. Se pudéssemos morrer duas vezes, então talvez não receássemos a segunda vez. Tal como uma virgem receia a dor causada pela introdução do pénis, mas sente prazer da segunda vez e fica cheia de vontade de sexo e ansiosa por isso, não prestando atenção à insignificância da dor comparada com o prazer que recebe.
Por isso só temos uma morte, para que ao percebermos o seu encanto da primeira vez, não nos sentíssemos mais poderosamente atraídos por ela do que pela vida. Deus não seria capaz de nos manter vivos, como não foi capaz de nos manter na inocência, e estaríamos continuamente a lutar por nos sucidarmos.
O sexo nos é dado como uma substituição para a morte múltipla. Depois de nos restabelecermos de uma morte doce, ficamos cheios de vontade de a experimentar outra vez.
Alexander Puschkine, em 'Diário Secreto'(Só podia ser secreto mesmo!rs)
Nenhum comentário:
Postar um comentário